O cenário é nebuloso – e quem se arrisca a previsões? Até os especialistas, habituados a construir prognósticos, ficam inseguros. A instabilidade lembra a meteorologia, mas o assunto é política. “Minhas análises são profissionais e impessoais. Mas sempre sou confrontado, por que a conjuntura é complexa e envolve muitas paixões ideológicas”, confirma José Nazareno Vieira, o ‘Zeno’, presidente do Instituto Mapa (27 anos no mercado de pesquisas), convidado do Conselho Superior da ACIF para falar sobre o panorama pré-eleitoral. Com ele, um veterano expert do assunto: o jornalista Cláudio Prisco Paraíso, atualmente no SBT TV e com passagens pelo Diário Catarinense e O Estado. “Temos uma campanha polarizada entre Merisio e Mariani em Santa Catarina, lembrando 1982, entre Amin e Jaison. E a possibilidade de baixa renovação na Assembleia Legislativa”, projetou Prisco.
Confira as principais inferências dos especialistas:
Zeno
– TVs e internet são os principais canais de informação do eleitor;
– A mídia digital está assumindo o protagonismo;
– A maioria dos eleitores escolherão seus candidatos às vésperas das eleições;
– Ser honesto: atributo mais valorizado pelos eleitores;
– Os ingredientes inéditos da disputa de 2018: Operação Lava Jato/ Impeachment de Dilma/ Judicialização/ Lula preso e fora da eleição/ eleitores distantes e desiludidos;
– Bancadas dos principais partidos no Congresso encolherão;
– Segundo turno indefinido e potencial prevalência do voto útil.

Prisco
– Eleições têm peculiaridades inéditas, em especial pelo papel das redes sociais (caso mais exemplar é de Jair Bolsonaro) e o pouco tempo de campanha;
– Todas as previsões incluem Bolsonaro no segundo turno e os potenciais adversários são Ciro, Haddad e Alckmin;
– O tempo de TV pode ser o diferencial de Alckmin para chegar ao segundo turno;
– Em Santa Catarina, está assegurado o segundo turno, em especial pelo desempenho do candidato do PT, Décio Lima;
– A estrutura partidária do MDB será preponderante e certamente colocará Mauro Mariani no segundo turno;
– As eleições presidenciais e as estaduais estão desconectadas. Portanto, muitos eleitores podem votar em candidatos de campos ideológicos opostos;
– A possibilidade de reeleição na Assembleia Legislativa é forte, e a renovação deve ser inferior a 30%;