Militante dos movimentos comunitários, o hoje vice-prefeito de Florianópolis, João Batista Nunes (PR), afirma com convicção que cortina de fumaça é o que a oposição na Câmara está a fazer ao criar a polêmica em torno da árvore de Natal da Beira-Mar Norte, aquela de R$ 3,7 milhões, em vez de debater os assuntos que interessam ao município. João Batista refere-se ao projeto de lei que criava a moratória de construções imobiliárias de dois anos na Bacia do
Itacorubi e o de impacto de vizinhança, previsto no Estatuto da Cidade, ambos rejeitados pela maioria dos vereadores.
O argumento do vice-prefeito está centrado no fato de que, mesmo previsto no Plano Diretor, o decreto permite ao Executivo propor a moratória por somente seis meses, já a lei previa dois anos. João Batista alerta que o risco do crescimento desordenado também é um dos focos do impacto de vizinhança. Para João Batista, não há como ignorar os dois projetos sem questionar a legitimidade dos abaixo-assinados. Lembra que no governo da ex-prefeita Angela Amin (PP), com uma peça detalhada pelo então vereador Mauro Passos (PT), parte do Estatuto da Cidade deveria ter
sido regulamentado. Mas um pedido de mais de 15 entidades comunitárias pediu que a matéria fosse retirada da Câmara, no início do primeiro governo de Dário Berger.
– As pessoas estão tratando o assunto como política porque é do Dário. E esquecem que é para o bem da cidade – adverte João Batista Nunes, para quem a “briga” com as empresas da construção civil é desleal, devido aos interesses milionários que estão envolvidos, e sem deixar de fazer a ilação de que o setor é um financiador de campanhas eleitorais. O vice-prefeito apimentou a polêmica que mexe com a cidade.
Visão empresarial
Para o presidente do Conselho Superior da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), Dilvo Tirloni, o abaixo-assinado, questionado pela suposta fraude, não teve peso algum na decisão dos vereadores. Tirloni afirma que não pode ser atribuída culpa aos empresários que investem em projetos analisados por órgãos oficiais como a Susp, o Ipuf, a Floram, a Fatma e o Ibama.
Volta e meia, completa Tirloni, estes mesmos empreendimentos ficam à mercê de ações dos ministérios públicos Estadual e Federal. Na visão do empresário, a Câmara tomou decisões acertadas em rejeitar a moratória e o impacto de vizinhança.
E na Câmara
Na onda de pensamentos conflitantes, o vereador Márcio de Souza (PT), um dos quatro que votaram a favor da moratória, quer saber desde quando petistas defendem o decreto do prefeito no lugar da lei, analisada pela Câmara.
Souza, que está em atrito com o partido, não perdeu a oportunidade de dar uma rovocação e explica que a luta democrática no Brasil sempre foi pelo fim dos decretos, medidas autoritárias e monocráticas do Executivo.
Adendo
Dilvo Tirloni, da Acif, avalia que o maior problema da Capital não está nas obras regulares, mas nas invasões clandestinas, e que o Ipuf, por exemplo, deveria ter maior estrutura, o que diminuiria a percepção negativa de falta de planejamento e fiscalização na cidade.
– João Batista Nunes estranha o posicionamento dos que criticam a prefeitura por fazer o pedido de moratória da Bacia do Itacorubi via Legislativo, pois, caso contrário, o vice-prefeito antecipa que viriam denúncias sobre “esquemas” e gritos de “ditadura” do Executivo.
(Coluna Roberto Azevedo – Diário Catarinense, 30/12/2009)
(Coluna Carlos Damião – Notícias do Dia, 30/12/2009)
Cruzeiros
A previsão de mais de 500 voos fretados para Florianópolis nesta temporada é recorde no governo Luiz Henrique. Mas não em relação a outros verões, segundo consta das estatísticas do trade. Em 2001, por exemplo, quando Flávio Coelho presidia a Santur, Santa Catarina recebeu mais de 900 aviões charters. Dados que podem ser checados no Google.
(Blog Moacir Pereira – ClicRBS, 30/12/2009)
Aeroporto
O aeroporto Hercilio Luz deverá registrar um aumento de 10,16% no número de passageiros este ano, em relação a 2009. Informação da superintendente Maria Edwirges Madeira, durante reunião com autoridades e empresários. De janeiro a novembro desembarcaram 884.764 passageiros nacionais e 47.798 internacionais, o que totaliza 932.562 nos onze meses. No ano passado foram 957.424 desembarques nacionais e 80.638 internacionais, totalizando
1.038.062. A superintendente anunciou várias obras de melhoria das atuais instalações. Sobre o novo terminal, inadiável e indispensável para o desenvolvimento da Capital, o governo federal nada anuncia. E a representação política do Estado?
(Blog Moacir Pereira – ClicRBS, 30/12/2009)
Invasão na Ilha
A capital catarinense foi invadida por turistas nacionais e estrangeiros. Celebridades esportivas, artísticas e empresariais aqui já se encontram para as comemorações da passagem de ano. Os números são surpreendentes.
A Ilha está entupida no norte e no sul. Engarrafamentos são registrados em vários pontos de maior concentração, especialmente, na SC-401 e no acesso às praias do sul, onde não há duplicação e tudo afunila no trevo da Seta.
Este excepcional movimento tem seu lado positivo. Movimenta a economia, gera mais empregos e melhora a arrecadação da Prefeitura e do governo do Estado. Mas também traz problemas para nativos e visitantes. O problema continua o mesmo de anos anteriores: falta de infra-estrutura. A temporada está apenas começando e já falta água em várias praias do norte e do sul. O sistema de comunicações, via celular, fica parcialmente prejudicado. E até o setor privado enfrenta problemas, com fim de estoques de algumas mercadorias em supermercados. Ali, o movimento também é excepcional, com longas filas e mais espera. E o que mais irrita a população local, contudo, é a falta de mobilidade. Quem não quiser se estressar precisa programar as atividades. Evitar as horas de pique. E, sobretudo, ter paciência, muuuuuuita paciência.
(Blog Moacir Pereira – ClicRBS, 30/12/2009)
(Cidades – Notícias do Dia, 30/12/2009)
Trânsito intenso e forte demanda comprometem abastecimento em bares e restaurantes de praia. Calor, praia, festas de final de ano: não pode faltar a cerveja. E não vai, garante a maior empresa brasileira do setor, AmBev. Mas é bem possível que a loira tão desejada não chegue à mesa tão gelada porque ficou presa no trânsito. Aliás, como quase todo mundo na Ilha de Santa Catarina, entre Natal e Réveillon. A população triplica, os bares e restaurantes lotam e a areia das praias fica sem espaço. O acesso aos balneários fica tão congestionado que, muitas vezes, o caminhão da cerveja não chega a tempo para reabastecer os freezers.
– O problema é de logística. O desequilíbrio entre o movimento normal de temporada e os dias entre Natal e Ano Novo é muito grande. Este problema também ocorreu nos últimos dios anos – afirma o presidente da Associação dos Bares e Restaurantes (Abrasel/SC), Ézio Librizzi.
Segundo ele, como é um aumento na demanda pontual, ninguém contrata pessoal ou compra equipamento para atender um movimento de menos de 10 dias. E isso se reflete na falta de produtos e serviços.
– Existem lugares de difícil acesso, que só abrem à noite. Não há como os fornecedores adequarem suas rotas. A viabilidade é limitada em lugares entre os preferidos dos turistas. Por isso, não temos reclamação de falta de abastecimento de cerveja, mas de problemas nas entregas deste e de muitos outros produtos – diz.
A AmBev informa que não há previsão de desabastecimento em SC e afirma estar estruturada para garantir o atendimento da demanda também no que se refere à questão logística. Mas ressalta que, nessa época, há aumento do consumo, o que pode ocasionar faltas ocasionais. A AmBev investirá R$ 1,5 bilhão em 2010 para ampliar a produção e a capacidade de distribuição em todo o país. Foram acrescidos, neste ano, 500 veículos à frota terceirizada a serviço da companhia e outros 400 devem ser incorporados no ano que vem.
Planejar muito para não faltar nada
Para garantir a cervejinha gelada aos clientes, alguns restaurantes se preparam. No Capitão Fortaleza, na Fortaleza da Barra da Lagoa, o caminhão da cerveja não tem hora para chegar neste período do ano. Tudo por causa dos congestionamentos gigantescos na Praia Mole.
– Trabalhamos com dois fornecedores para não ficar sem o produto gelado – explica Alexandre Linhares, filho do dono estabelecimento.
A gerente do Tropical Bar e Restaurante, no Pântano do Sul, Fernanda Corneles, tem outra tática. Trabalha com grandes estoques.
– Tem dia que vem, tem dia que não vem. Nós estamos preparados.
No Ancoradouro, restaurante dos Ingleses, aconteceu o contrário. O caminhão chegou um dia antes da encomenda e pegou os proprietários desprevenidos.
– Não tínhamos onde guardar o produto. Mas demos um jeito. Melhor vir antes do que faltar na hora da virada – afirma o dono, Paulo Barbosa.
Recordista brasileiro na venda de chope Brahma por metro quadrado, o Box 32 do Mercado Público está preparado para bater novo recorde este ano. É sempre entre o Natal e o Ano Novo que a casa consegue vender, num único dia, mais de 1,2 mil litros de chope.
– Para quem trabalha o ano todo e tem planejamento, não há problema. Mas muitos bares abrem nas praias apenas para aproveitar o movimento de final de ano. E não se planejam para fazer os pedidos. Esses ficam sem produto – diz o dono do Box 32, Beto Barreiros.
O bar e restaurante Alvim, também no Mercado Público, nunca teve problema de abastecimento em seis anos de funcionamento, garante o dono do estabelecimento, Alvim Nelson Fernandes da Luz.
De férias na Capital, as amigas Arantxa Coelho e Priscilla Berndt, de Ituporanga, aproveitavam o chope gelado do Alvim para se refrescar, ontem, depois de uma tarde escaldante.
– Nem pensar em faltar cerveja no final de ano. Por enquanto, estamos bem abastecidas – brincaram.
(Economia – Diário Catarinense, 30/12/2009)
Comércio de SC fecha ano com queda de 5,5%
O comércio de Santa Catarina deve fechar 2009 no vermelho, segundo a Federação das CDLs (FCDL/SC), que estima retração de 5,5% nas vendas dos últimos 12 meses em relação ao ano passado. O aumento no volume de vendas nestes últimos três meses não foi suficiente para superar os números negativos registrados de janeiro a setembro, quando a retração chegou a mais de 6%.
(Economia – Diário Catarinense, 30/12/2009)