De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres são minoria quando falamos em ocupação de postos de trabalho no Brasil. Apesar disso, elas são maioria quando analisamos a composição da população acima dos 10 anos de idade. A boa notícia é que essa desigualdade vem diminuindo a cada ano que passa.
A evolução do mercado de trabalho feminino
Em apenas três décadas, a presença feminina no mercado de trabalho cresceu consideravelmente no Brasil. Entre os anos de 1976 e 2007, cerca de 32 milhões de mulheres ocuparam postos formais em nosso país. Consequentemente, elas acabaram contribuindo para o crescimento da população economicamente ativa nesse período muito mais do que os homens.
Atualmente, a presença feminina é maior apenas nas áreas de administração pública (63,2%) e serviços domésticos (94,5%). No entanto, as mulheres ganham cada vez mais espaço em setores considerados tradicionalmente masculinos. Entre os anos de 2009 e 2013, elas passaram a ocupar mais postos de trabalho ligados à indústria extrativista, por exemplo.
Ainda assim, existem outros fatores que precisam ser considerados quando pensamos na inserção das brasileiras no mercado de trabalho. Mulheres negras, por exemplo, têm mais dificuldades de conseguir trabalho. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a taxa de desocupação delas era 3% maior do que a de mulheres brancas em 2007.
Os principais desafios na atualidade
No entanto, a inserção no mercado de trabalho representa apenas a primeira de uma série de dificuldades que as mulheres ainda enfrentam. Depois que conquistam suas vagas, muitas delas precisam aceitar salários menores do que homens que exercem as mesmas funções e têm o mesmo nível de escolaridade. O Censo de 2010 indica que essa diferença pode chegar até 30%.
Quando o parâmetro analisado é a evolução na carreira, as mulheres tendem a fazer isso de forma mais lenta e são poucas as que alcançam o topo da hierarquia nas empresas. Um estudo conduzido pela Lean In – organização fundada por Sheryl Sandberg, COO do Facebook – indica que a igualdade entre gêneros em cargos altos só será alcançada em um século.
Fora do ambiente de trabalho, outros desafios se colocam entre as mulheres e suas ambições profissionais. Por exemplo, afazeres domésticos e cuidados com os filhos ainda são vistos como responsabilidades inteiramente femininas – o que acaba rendendo a elas uma jornada diária tripla e, muitas vezes, acaba prejudicando seu desempenho em alguma esfera.
Empoderamento feminino no mercado de trabalho
Em 2010, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um documento chamado Princípio do empoderamento das mulheres. Desde então, esse assunto vem sendo amplamente debatido por organizações e grupos feministas. O objetivo é promover a ideia de que toda mulher deve ser economicamente independente e que isso só é possível se ela sentir que tem poder para tanto.
Os sete princípios destacados pelo documento da ONU são:
- Estabilidade de liderança corporativa sensível à igualdade de gênero;
- O tratamento justo de homens e mulheres no ambiente de trabalho, respeitando as diferenças;
- Garantia de segurança, bem-estar e saúde às mulheres e homens que trabalham na empresa;
- Promoção de capacitação, desenvolvimento profissional e educação para as mulheres;
- Apoio ao empreendedorismo feminino e promoção de políticas de empoderamento;
- Promoção de igualdade de gênero através da sociedade e do ativismo social;
- Medição, documentação e publicação do progresso das empresas na busca pela igualdade de gêneros.
A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF) contribui para o empoderamento feminino no mercado de trabalho por meio do Núcleo Multissetorial da Mulher Empresária, que existe desde 1998. Sua grande missão é a ampliação da representatividade feminina no mundo empresarial, promovendo maior capacitação pessoal e profissional de suas integrantes.
Conheça o Núcleo Multissetorial da Mulher Empresária e o Prêmio Mulheres que fazem a Diferença.