Muito além do que só mais uma palavra – para muitos ainda nova no vocabulário – a sororidade (do latim soror, que significa irmã) tem sido trazida para os debates de igualdade de gênero e empoderamento feminino como forma de mostrar a importância dessa “irmandade” e da união entre as mulheres.

O termo vem sendo cada vez mais difundido nos últimos anos e em 2020 esteve entre os 10 mais pesquisados no Google. No entanto, mais do que saber explicar o significado, precisamos colocá-lo em prática em todos os círculos sociais.

E não deveria ser diferente no mundo dos negócios. Como diversas pesquisas mostram, o número de mulheres em cargos de liderança, a ainda pequena porcentagem de mulheres liderando empresas de tecnologia e a desigualdade salarial entre homens e mulheres no mesmo cargo mostram a importância do empreendedorismo feminino como agente de transformação social e econômico.

O que é sororidade?

Mas afinal, o que significa sororidade e qual a importância que esse conceito traz para a luta por igualdade de gênero dentro das empresas?

Conceito essencial dentro do movimento feminista, a sororidade vem para desmontar a rivalidade feminina e questionar o machismo dentro de ações e julgamentos feitos também de mulheres para mulheres.

Ela atenta para a forma como as mulheres se tratam, considerando que o machismo é uma opressão estrutural, ou seja, todos podemos reproduzi-lo, mesmo sem querer. 

E que, se a rivalidade feminina continua sendo tratada como algo “natural”, a luta por mais direitos permanece sendo imobilizada.

Na prática, essa opressão pode se dar através da competitividade excessiva. Mesmo no mundo dos negócios, ela é completamente prejudicial para o empoderamento de mulheres empresárias.

Por isso, é tão importante a empatia dentro e fora das empresas. Com a essência de que juntas, as mulheres são mais fortes, a sororidade tem grande poder transformador dentro do empreendedorismo.

Claro que a sororidade não proíbe que as mulheres tenham conflitos e divergências entre si, afinal, todos temos diferenças. Mas respeitar a trajetória de cada uma e entender que a luta é a mesma é essencial para mudar os cenários de desigualdade.

Em resumo, sororidade é o constante ato de repensar julgamentos e sentir empatia e solidariedade por outras mulheres. Por isso é tão importante quando falamos em igualdade de gênero.

Como adotar a sororidade dentro do empreendedorismo

Menos julgamentos

Diferentes indivíduos terão diferentes atitudes. Questione-se sobre o porquê de você não gostar de outra mulher. Às vezes é só uma incompatibilidade de interesses e opiniões, mas às vezes esse desentendimento vem de crenças machistas.

Trabalhar a sororidade e a empatia é estar sempre fazendo uma autoanálise. Questione se o julgamento feito a uma mulher seria igual caso fosse um homem no lugar dela. Reflita sobre suas críticas, ouça mais outras mulheres, dê voz àquelas que ainda não conseguiram ser ouvidas.

Apoie mulheres empreendedoras

Se como mulher empresária, você sente na pele as dificuldades de empreender em um mercado desigual, é preciso valorizar outras empresárias também. 

Compre e consuma de mulheres, compartilhe, divulgue e recomende produtos e serviços de outras empresárias que você admira. Apoiar o trabalho de outras empresárias é fortalecer o empreendedorismo feminino.

Seja suporte e apoio

A empatia permite com que você se enxergue na outra. Ao ver alguma mulher precisando de uma ajuda, mesmo com uma conversa, ajude. Não hesite em dar apoio e suporte quando precisar. Se uma cresce, todas crescem.

Você também pode participar ou criar uma rede feminina de apoio. Faça parte de grupos empresariais de mulheres para conhecer outras vivências, trocar ideias, fazer parcerias, discutir sobre os desafios e lutar por conquistas comuns a todas. 

Pode ser um grupo de empresárias do seu bairro ou vizinhança ou mesmo de um setor específico, com foco no ramo da sua empresa.

A importância do empoderamento econômico

Sabendo que a desigualdade de gênero impacta diretamente na independência financeira das mulheres, o empoderamento econômico é outro motivo para abraçar a luta através do empreendedorismo feminino.

Além do empoderamento como um todo, de liberdades da mulher para ser quem ela desejar ser, o empoderamento econômico é também um ponto importante a ser levado em conta.

Com autonomia para liderar dentro de uma grande empresa ou com o apoio necessário para abrir o próprio negócio, a mulher empresária ganha independência e pode focar melhor na educação e capacitação profissional.

Empreendedorismo feminino e seus desafios

A principal diferença entre o empreendedorismo praticado pelos homens, comumente chamado de “tradicional”, para o empreendedorismo feminino é justamente o desafio do reconhecimento.

Por isso, além dos obstáculos próprios do empreendedorismo (que não são poucos), mulheres têm ainda as barreiras do preconceito para superar. 

Com suas capacidades sendo questionadas e as reivindicações e lutas cada vez mais contestadas, a autoestima da mulher empresária fica suscetível.

Para equilibrar a balança, mulheres que empreendem acabam se cobrando cada vez mais. Algumas entre conciliar a rotina de empresária com uma divisão ainda injusta de tarefas domésticas e de criação dos filhos. 

Assim, a cobrança excessiva por perfeição resulta em outro desafio: o de superar a exaustão da mulher empreendedora e se permitir errar e ser imperfeita.

Núcleos Empresariais: uma oportunidade de criar redes

A força da mulher empreendedora é gigante. Existem cerca de 24 milhões de mulheres empreendendo no Brasil, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor. 

A cada empresária que apoiamos, é um passo mais perto de um mercado e uma sociedade mais justos.

Encontrar um grupo de mulheres com quem se sinta à vontade é essencial para superar os medos que, muitas vezes, são mais comuns do que imaginamos. 

Participe de um Núcleo Empresarial para trocar experiências, receber mentorias e construir em conjunto. 

A Associação Empresarial de Florianópolis (ACIF) conta hoje com 37 Núcleos Empresariais. Destes, grande parte tem mulheres como maioria representativa. Isso só aponta para a força e ambição que as mulheres que empreendem têm quando unidas.

Um desses núcleos, o Núcleo Multissetorial da Mulher Empresária – ACIF Mulher, já atua há mais de 20 anos e hoje desenvolve projetos como capacitações, palestras, ações de mercado, ações sociais, integrações e premiações.

Para fazer parte do Núcleo ACIF Mulher é só entrar em contato com a consultora Maira Mieko: maira.mieko@antigo.acif.org.br | (48) 3084-9400 | (48) 99118-5881. Acompanhe as novidades também pelo Instagram.

Para fazer parte de outros núcleos da ACIF, acesse a página de núcleos, encontre seu nicho e faça parte de um movimento de muito networking e união.