Golden Circle, ou círculo dourado, é o conceito desenvolvido por Simon Sinek para explicar porque algumas empresas se tornam inspiração e conquistam consumidores leais. O consultor organizacional britânico estudou diversas marcas e produtos até desenhar essa metodologia, que é simples, mas eficaz para entender o que leva certas empresas a se destacam mais do que outras.
Entre os cases que Simon Sinek analisou para desenvolver o modelo Golden Circle estão Steve Jobs, Martin Luther King e os irmãos Wright. Apesar de vertentes completamente diferentes, todos tiveram o poder de inspirar. Isso porque traçaram seus objetivos e comunicação a partir de um propósito e não do resultado final.
O Golden Circle traz três diferentes camadas: O quê, Como e o Porquê. Todas as empresas sabem o quê produzem. Algumas deles sabem como produzem, parte que envolve o método, processo, valores e missão. Mas são poucas que sabem porque produzem e é neste ponto que está toda a diferença.
Etapas do Golden Circle
Primeiro passo: “Por quê?”
Por que seu negócio existe? Qual o propósito? O que te move? Ganhar dinheiro é resultado e não motivação, então não conta como resposta. Busque entender por que você irá fazer a diferença na vida das pessoas.
É o propósito e objetivo das iniciativas da empresa que devem mover os projetos e comunicação da marca. Com isso, os consumidores se identificam com os ideais, são inspirados e se tornam consumidores leais.
Portanto, ao elaborar essa resposta, o empreendedor consegue pensar no caminho a trilhar. Em um mercado extremamente competitivo, oferecer um significado aos consumidores e transmitir autenticidade pode fazer toda a diferença.
Steve Jobs criou a Apple com o propósito de inovar na forma de pensar: “Tudo o que nós fazemos é desafiar o que está no mercado e fazemos pensando diferente.”
Segundo passo: “Como?”
Nessa etapa, o empreendedor define como vai atingir seu objetivo, qual estratégia irá utilizar. Na prática, é definir o plano de ação da empresa, com todos os valores e crenças. Aqui se estabelece o diferencial que vai colocar o negócio à frente da concorrência e ter um potencial inspirador.
No caso da Apple, Steve Jobs se propôs a desafiar o mercado e inovar desenvolvendo produtos com design elaborado e fáceis de usar.
Terceiro passo: “O quê?”
No Golden Circle, essa é a pergunta que encerra o círculo, onde você apresenta o seu produto final, a parte mais concreta do empreendimento. Steve Jobs fez computadores, iPods, serviço de venda de músicas, iPhones.
O ponto desse modelo é que dizer que você faz os melhores celulares não é inspirador. Fatos e características fazem sentido racional, mas as pessoas não tomam decisões puramente baseadas em elementos e números. Quando você começa pelo porquê, você atua no comportamento, nos valores e inspira.
Ao responder só “o quê”, as pessoas compram se elas precisam do produto, por conveniência. Entretanto, ao explicar “como” e “porquê” você move o consumidor porque ele acredita no que você acredita.
A relação do Golden Circle com a tomada de decisão no cérebro
A parte mais externa do cérebro é chamada neocórtex e corresponde ao nível “o quê” do Golden Circle. Trata-se da região mais nova do órgão, também chamada de Cérebro Homo Sapiens. Ela analisa o pensamento e linguagem racional e analítica.
Em contrapartida, o cérebro límbico irá processar o “como” e o “porquê”. Essa região é responsável pelo comportamento humano, pelo emocional e tomada de decisão. Entretanto, não possui capacidade para a linguagem.
A diferença entre o comprador recorrente e o leal está em que área cerebral os argumentos de compra do seu negócio atua. Informações como preço e características do produto podem gerar uma conveniência e fazer o consumidor ser recorrente.
Porém, os consumidores leais estarão dispostos a pagar mais, enfrentar um trajeto maior para compra e outros inconvenientes. Isso porque sua marca atinge o emocional, eles entendem e compartilham da visão do seu negócio.
Referências: TED Simon Sinek