(Política – Notícias do Dia, 31/12/2009 e 01/01/2010)
Preço dos alimentos cai em Florianópolis, mas custo de vida aumenta em 2009
Pesquisa da ACIF aponta acréscimo de 2,55% no custo de vida na Capital. Morar em Florianópolis ficou mais caro em 2009. É o que revela a pesquisa feita pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), divulgada nesta quarta-feira, dia 30. O preço dos alimentos em Florianópolis caiu, com deflação de 0,77% no ano. Mesmo assim,
houve aumento de 2,55% no custo de vida na Capital (0,12% em dezembro). O custo de vida, também conhecido como Índice de Preços ao Consumidor, é calculado pelo Instituto Técnico de Administração e Gerência (Itag/Esag) e reflete a variação de preços que incidem sobre os orçamentos das famílias com rendimentos de um a vinte salários mínimos.
Dos principais grupos que compõem o índice, os produtos não alimentares subiram 14,41%, e os serviços públicos e de utilidade pública aumentaram 11,41%. Os outros serviços tiveram acréscimo de 8,72%. Entre os alimentos que mais subiram neste ano, destacam-se a batata, com 60,76%, a cebola, com 54,82%, e o açúcar refinado, com 51,11%. Já entre os que tiveram redução no preço estão a maçã, com 42,89%, o feijão, com 35,77% e o tomate, com 21,69%.
Os números de dezembro foram calculados com base na comparação de preços de 319 itens. A coleta foi feita entre os dias 28 de novembro a 28 de dezembro 2009.
DIARIO.COM.BR
Confira as principais variações em 2009
Aumentos
– batata inglesa: 60,76%
– cebola de cabeça: 54,82%
– açúcar refinado: 51,11%
– mamão: 47,70%
– alface: 35,10%
– alho: 27,82%
– camarão: 19,91%
– chuchu: 19,54%
– balas: 19,07%
– vodka: 15,67%
– azeitona: 14,41%
– leite em pó: 13,21%
– miúdos de aves: 12,97%
– uísque: 12,75%
– iogurte: 11,79%
– refrigerante guaraná: 11,06%
– refrigerante cola: 9,13%
– chocolate: 7,53%
Confira as principais variações em 2009
– cerveja: 6,80%
– massa de tomate: 5,31%
– catchup: 5,22%
Reduções
– maçã: 42,89%
– feijão: 35,77%
– tomate: 21,69%
– arroz amarelão: 20,97%
– abacaxi: 19,69%
– ovos de galinha: 18,07%
– arroz agulha: 15,27%
– couve-flor: 14,97%
– carne moída de segunda: 14,73%
– óleo de milho: 12,58%
– carne moída de primeira: 11,61%
– carne de frango: 10,75%
– leite condensado: 9,01%
– macarrão: 8,96%
– farinha de trigo: 6,81%
– leite "In Natura": 5,89%
– carne de segunda: 5,63%
– creme de leite: 4,97%
– carne de primeira: 4,68%
– café em pó: 3,11%
(Economia – diario.com.br, 30/12/2009)
DORENI CARAMORI JR., na foto com a namorada JULIANA FERREIRA, encerra 2009 como presidente da Acif Jovem e sócio do maior complexo de entretenimento desta temporada em Floripa. Filho de tradicional família de Caçador, no Meio-Oeste catarinense, ele é o grande destaque do ano entre os jovens empresários. Já vinha numa série de conquistas e feitos respeitáveis. Em 2009, aos 29 anos de idade, assumiu a presidência da entidade que representa o empresariado da Capital. Também é sócio da promototra de eventos que, sozinha ou em parcerias de peso, organiza alguns dos melhores shows e festas do Estado
(Coluna Juliana Wosgraus – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)
Impacto de vizinhança
Ex-deputado federal e vereador – por dois mandatos na Capital –, Mauro Passos (PT) faz coro às reclamações da falta de atenção de Florianópolis sobre a importância do Estatuto da Cidade. Passos tentou aperfeiçoar a matéria, que foi barrada na Câmara na primeira administração Dário Berger por pressão de parte da comunidade. Para o ex-vereador, hoje com foco nas energias renováveis, no Instituto Ideal, “os interesses privados, lamentavelmente, estão acima dos interesses públicos”. Com isso, pondera Passos, “a cada ano que passa, é visível o quanto a cidade vem perdendo de qualidade de vida, e o tempo vai cobrar”.
(Coluna Roberto Azevedo – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)
Que virada
Enquanto Dário Berger vê-se às voltas com problemas com a Palco Sul Eventos por conta da retirada do palco do show de Bocelli, os eventos “dos sonhos” prometem render novas dores de cabeça ao prefeito. O vereador João Amin (PP) está à caça de 10 assinaturas dos colegas de Câmara para abrir uma CPI das festas de final de ano.
(Coluna Roberto Azevedo – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)
(Política – Notícias do Dia, 31/12/2009 e 01/01/2010)
Primeiros a chegar
Eles acordam cedo, bem antes de o sol aparecer. Preparam cadeira, sombrinha, lanche, vara de pesca e outros cacarecos e partem para a praia. São os primeiros a chegar. O que encontram é espaço de sobra na areia e no mar, sol ameno e tempo para fazer outras coisas no dia. O segredo para aproveitar a temporada sem os contratempos inerentes a ela é simples: madrugar. As areias de Florianópolis reservam histórias de turistas e moradores que descobriram a vantagem de sair da cama de madrugada.
Nathan e o mar
Ainda não são 6h e ele está lá, diante da Avenida Pequeno Príncipe, o principal acesso à Praia do Campeche, no Sul da Ilha, em Florianópolis. Por causa das nuvens, Nathan Cunha não consegue ver o nascer de sol tão perfeito quanto gostaria, mas o banho de mar sob o luscofusco faz valer a pena a ida, até porque a viagem não foi longa: ele mora no Rio Tavares, bairro próximo:
– Eu gosto de curtir a praia assim: eu, o mar e as gaivotas.
Pesca ao amanhecer
Mesmo com o dia recém-iniciado, os turistas Kennedy de Borba e Luís Carlos Loch estão protegidos pela sombrinha.
– E também com bloqueador, porque daqui para a frente o bicho pega – diz Kennedy.
Os dois são de Caçador e vão à praia antes de todo mundo para pescar com anzol. Neste ano, escolheram o Campeche, no Sul da Ilha, onde estão acampados. Mas mantêm o hábito matutino também quando ficam em Bombas, no Litoral Norte. Luís conta que não foram os primeiros a chegar, mas a turma que estava na areia antes não é exatamente madrugadora: era um grupo de jovens que, pelas roupas, emendou a noitada com a praia e amanheceu
dormindo na areia.
Tempo para a família
Adauto Zélio Inácio e Atila Rocha Leite da Silva passam a maior parte do verão na praia, mas a trabalho. Eles são salva-vidas no posto do Campeche. Quando estão de folga, aproveitam para pescar. Nesses dias, às 6h15min, o caiaque deles já está no mar.
– Saindo bem cedo e voltando por volta das 10h, também sobra mais tempo para passar com a família – diz Adauto.
A preparação para que a essa hora estejam no mar começa perto das 5h. Outra vantagem do horário, para eles, é que o mar ainda está bem manso.
Preparando o comércio
Para estar com sua barraca de sucos prontinha às 9h, Carla Dias de Oliveira Simas precisa estar na Joaquina às 6h30min. Mesmo antes de terminar de montar as coisas, ela começa a atender os primeiros clientes. A partir das 10h30min, a praia está lotada. Aí, a primeira providência é pendurar os cachos de frutas, senão não consegue nem se locomover dentro da barraca. E se começa muito tarde, o calor fica forte demais para montar os acessórios e
aparelhos que usa no trabalho. Outra vantagem do turno matutino, quase de madrugada, é coincidir com o do marido, que é salva-vidas também na mesma praia.
Sol que não ataca
Edson Theodoro é de Umuarama (PR). Para conseguir pisar na areia da Joaquina com a família às 7h35min e evitar o sol forte, ele precisou partir às 5h de casa – está em Camboriú, no Litoral Norte, e gosta de dirigir com calma. O esforço valeu. Às 8h, eles partiam para as dunas, com a ideia de talvez experimentarem o surfe na areia. Quando não amanhece, Edson vai à praia no fim do dia, quando também há calmaria.
Sossego
Quando resolveu conhecer Florianópolis, Kellen Zurdo, de Araçatuba (SP), ouviu muito falar das belas praias e da natureza da Ilha. Mas também ouviu falar dos engarrafamentos que multiplicam várias vezes o tempo necessário para chegar às praias. Nas primeiras vezes, chegou a pegar filas. Ontem, foi diferente. Acordou cedo. Às 7h30min, estava instalada e deitada em uma cadeira na Praia Mole. Lá, descobriu o que é sossego.
(Geral – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)
O problema se repete
Mesmo com sete caixas d’água no condomínio que abriga três casas com 11 pessoas, Gisele Côrrea diz que o abastecimento não dá conta nesta época do ano O banho é na casa dos parentes. O banheiro e as roupas são lavadas com a água do rio, que passa ao lado da casa. É assim, administrando cada gota, que a professora Gisele Cristine
Corrêa, 33 anos, tem vivido nos últimos dias, na Cachoeira do Bom Jesus, Norte da Ilha. Nos canos não chega água.
Ela não é a primeira e nem a única a sofrer com a falta de água no Estado. Um problema que vai incomodar muitos catarinenses e turistas neste verão. Gisele mora com o marido e dois filhos em um condomínio da família. São três casas para 11 pessoas – e sete caixas d’água. Mas elas estão vazias ou quase vazias. Nos últimos quatro
dias, nenhum sinal de água.
– Me sinto lesada, impotente. Milhões de pessoas chegam a Florianópolis nesta época do ano e nós acabamos sofrendo. A culpa não é dos turistas, mas deveria haver uma estrutura adequada – reclama.
Na Capital, os moradores do Norte da Ilha são os que mais sofrem – principalmente em Canasvieiras, Ponta das Canas e Praia do Forte. Mas até na Barra da Lagoa, região Leste, há problemas. Em Palhoça, mais reclamações.
– A minha sorte é que tenho uma cisterna. Mesmo o reservatório está baixo, pois não conseguimos abastecê-lo. Não estamos mais lavando roupa por aqui – conta a artista plástica Eunice Pereira, 64 anos, moradora da Ponta do Tomé, parte alta da Barra do Aririú.
Poços artesianos tornam-se soluções
Outros locais do Estado também passam trabalho com a falta de abastecimento nesta época do ano. Os veranistas de São Francisco do Sul e Barra Velha já estão buscando alternativas. Alguns chegam a construir poços artesianos, que custam, em média, R$ 1,4 mil. As imobiliárias usam caminhões-pipa. O corretor Alan Madeira está desembolsando cerca de R$ 2,5 mil por dia para conseguir ter água todos os dias de Camboriú para a região. Cidades como Navegantes, Penha, Itapema e Bombinhas também terão um fim de ano complicado. A saída é economizar e se prevenir como puder.
A solução sairia cara
Dizer que faltou água no litoral catarinense no verão é a mesma coisa que falar que em fevereiro, ou março, tem Carnaval. Há pelo menos seis anos consecutivos, moradores e turistas de Florianópolis e região reclamam que ficaram de torneiras secas nessa época do ano.
As justificativas da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) também se repetem. O excesso de pessoas no Litoral, o abuso no consumo e a falta de manutenção nas caixas d’água são os principais motivos apontados pela Casan, que nos últimos seis anos também garantiu que na próxima temporada o problema não iria mais acontecer. Desta vez, o presidente da companhia, Walmor de Luca, justificou que a Casan foi pega de
surpresa porque projetou um aumento de 10% na população de Florianópolis, mas que números do setor hoteleiro apontam um crescimento entre 30 % e 40%. Ele ainda lembrou que, em 2008, com a inauguração da nova adutora que leva água do Bairro Sambaqui para o Norte da Ilha, o abastecimento de água para aquela região aumentou em 35%.
O presidente afirmou que uma solução efetiva para o problema, que é crônico durante o verão, custaria muito caro, o que pesaria no bolso do consumidor:
– Se fizéssemos um investimento maior para atender apenas os turistas que vêm pra cá no verão, quem pagaria a conta seriam os moradores. Não podemos melhorar o turismo e jogar o problema para o consumidor.
Uma dessas soluções seria criar uma outra adutora, que também saísse da ponte e levasse mais água ao Bairro Itacorubi, passando pela Avenida Beira-Mar Norte. O custo estimado seria de R$ 26 milhões. O presidente explicou que o maior problema de levar água para o Norte da Ilha está no Itacorubi, por causa do crescimento desordenado.
Para ele, deveria haver ainda uma política para controlar a entrada de turistas em Florianópolis. Ele ressaltou que a população precisa ser mais disciplinada ao consumir água.
Escolta
O corretor de imóveis Eduardo Henrique Amorim, 35 anos, aluga oito casas no Norte da Ilha de SC. Entre terça e quarta-feira, disse ter recebido mais de 70 ligações de seus inquilinos – todos reclamando da falta de água. Mas conseguiu um caminhão-pipa com a Casan para abastecer seus imóveis.
– Soube que alguns moradores fizeram barreiras para parar os caminhões. Então decidi acompanhar o veículo para garantir o trajeto.
Regra é economizar
Na casa de praia do professor de Educação Física Gerolamo Poltronieri, 55, todos estão avisados: a regra é economizar água. Há cinco dias ele sofre com a falta de abastecimento na Praia do Gravatá. Além de Navegantes, problemas foram registrados desde o Natal em Penha, Itapema e Bombinhas. Em Navegantes, a rede é abastecida durante a noite. O Departamento de Água e Esgoto (DAE) da cidade alega que o consumo aumentou em relação à última temporada e que a água enviada por Itajaí não tem sido o suficiente.
Piscina quebra um galho
No primeiro dia do ano, o aposentado Walter Barcelos vai fazer 70 anos. Parentes do Rio de Janeiro, de Brasília e do Rio Grande do Sul chegaram a sua casa, localizada na Servidão dos Coroas, na Barra da Lagoa, em Florianópolis. Tudo seria perfeito se não fosse a falta de água.
– A festa é mais ou menos uma surpresa. Se não chover e não faltar água ela vai ser boa. Por enquanto, usamos a água da piscina para algumas coisas, como limpar os vasos dos banheiros e fazer a limpeza da casa.
O problema começou na terça-feira. No primeiro contato por telefone com a Casan, Walter recebeu um protocolo. No segundo, foi ainda pior.
– Eu dei uma volta pela estrada geral da Barra da Lagoa e vi que o problema era só na nossa rua. Então liguei pela segunda vez para lá. A telefonista desligou na minha cara. Mas temos que reclamar porque pagamos impostos e não podemos sofrer estas sanções.
A enjambração
No Canto do Lamin, em Canasvieiras, em Florianópolis, moradores também sofrem com o problema. A água até chega à torneira do pátio da casa da comerciante Anabel Costa, 45. Por causa da pouca pressão, para por ali.
– Para lavar a louça eu liguei uma mangueira até a cozinha. Mas para o resto não tem solução.
É ir tomar banho na casa dos vizinhos. Na minha propriedade também moram outros 12 inquilinos. Eles até reclamam e pensam que sou a culpada. O comerciante Lourival Antunes, 59 anos, teve, ontem, uma tarde de trabalho na casa em que aluga, no Canto do Lamin.
– Primeiro, eu coloquei uma caixa d’água no térreo, onde a água chega. Depois, instalei uma bomba para empurrá-la para cima.
E quanto ele gastou?
– Nada, este sistema já foi feito no ano passado. Só perdi uma tarde de serviço.
(Reportagem Especial – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)
Carro-pipa
É mais um verão com a cidade abarrotada de gente legal querendo gastar as economias do ano, mas com falta d’água nas torneiras. Banho, só de mar ou piscina, principalmente no Norte da Ilha, onde está a maioria dos turistas, fazendo com que restaurantes tenham que fechar as portas em plena temporada por não ter água para lavar pratos e cozinhar… A Casan tenta resolver o problema com caminhão-pipa. Pode? Situação, infelizmente, corriqueira, pois de nada adianta a cidade ser famosa e Jurerê ganhar o “troféu” da Bandeira Azul se não oferece as mais básicas condições de turismo aos turistas e, principalmente, aos moradores, que pagam os impostos o ano todo. Sem falar nos preços em bares, restaurantes e supermercados, que já triplicaram, na conhecida exploração de todos os
anos.
(Coluna Cacau Menezes – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)
Bombando
O comércio de luxo e as lojas que vendem as marcas mais badaladas do mundo estão comemorando a mudança no perfil do turista que visita Florianópolis. Mais abonados, os novos visitantes gastam e fazem a alegria dos comerciantes dos shoppings, que registram média de 20 mil pessoas por dia. As lojas estão bombando, principalmente à noite, quando o pessoal sai da praia para comprar e comer nos shoppings.
(Coluna Cacau Menezes – Diário Catarinense, 31/12/2009 e 01/01/2010)